O primeiro desafio é chegar a acordo sobre uma definição comum de circularidade e compreender todo o seu potencial. Muitas empresas se consideram circulares se introduzirem materiais reciclados em uma cadeia de suprimentos bem afiada e totalmente otimizada. Os executivos veem essa mudança como cara, e muitas vezes é.
Adicionar elementos circulares ao modelo econômico linear de hoje normalmente não melhora o desempenho de uma empresa ou gera impulso suficiente para a mudança. Para que isso aconteça, as equipes de liderança devem redesenhar seus modelos operacionais e de negócios em geral, bem como as jornadas de engajamento do cliente, os processos de design de produtos e as estruturas da cadeia de suprimentos, para melhor apoiar uma nova maneira de fazer negócios.
Ajustar um modelo operacional e de negócios existente para ser mais circular proporciona mudanças incrementais. Novos modelos operacionais e de negócios que são circulares por design, no entanto, podem proporcionar a mudança transformacional necessária.
O segundo desafio é aprender a projetar produtos para uma vida útil mais longa ou reutilização e adotar um modelo de negócios baseado em “comprar, reutilizar e reimplantar”. Muitas empresas adaptaram seus produtos a uma cadeia de valor circular, mas iniciativas que se concentram apenas em materiais são insuficientes.
O ritmo dessa mudança material é mais lento do que o ritmo em que o consumo econômico global está crescendo. É por isso que as inovações nos modelos operacionais e de negócios andam de mãos dadas e são fundamentais para acelerar uma mudança radical que dissocia o crescimento de valor do uso de materiais.
O terceiro desafio é escalar novos modelos operacionais e de negócios circulares: a pesquisa realizada para este artigo mostra que 58% dos novos modelos estão presos nos estágios de planejamento ou piloto devido à falta de uma estratégia clara, limitações em obter o suporte certo ao ecossistema e capacidades tecnológicas insuficientes Em vez disso, as empresas precisam adotar uma abordagem de “futuro”.
Isso significa vislumbrar seu lugar na economia circular, identificar pools de lucros em evolução integrando circularidade no design do produto e se unindo para inaugurar uma nova maneira de criar e entregar valor aos clientes.
A economia linear põe em perigo a prosperidade global. Os níveis de consumo de recursos não são sustentáveis e conduzirão a carências e potenciais conflitos. A humanidade enfrenta uma tripla ameaça: crescimento populacional crescente, diminuição de recursos e danos ambientais. Hoje, os seres humanos consomem 1,75 vezes os recursos naturais que a Terra é capaz de regenerar.
As operações circulares e os modelos de negócios abordam cada elemento dessa tripla ameaça, ao mesmo tempo em que oferecem um caminho para um futuro próspero. As práticas circulares, como a recuperação de recursos e a regeneração de materiais, constroem cadeias de abastecimento mais produtivas, resilientes, eficientes em termos de recursos e de circuito fechado, reforçando simultaneamente a sustentabilidade e impulsionando o crescimento económico:
- Cadeias de suprimentos resilientes: a circularidade aumenta o controle dos suprimentos e melhora a capacidade de resposta das cadeias de suprimentos a interrupções globais – de pandemias a conflitos geopolíticos – e ajuda a lidar com a escassez.
- Eficiência de recursos: A circularidade permite novos modelos operacionais e de negócios para que todos os materiais possam ser facilmente reutilizados, reparados, remanufaturados, recuperados e reciclados
- Sustentabilidade ambiental: Ao limitar o consumo e as práticas de produção que desperdiçam, a circularidade reduz a pegada climática da atividade econômica e permite a entrega
- Crescimento econômico: A operação circular e os modelos de negócios incentivam os produtos de mercado que são percorridos pela cadeia de valor várias vezes, o que pode gerar novas fontes de receita e lucros, bem como atender melhor às necessidades dos consumidores.